O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou neste domingo (10/11), após as Forças Armadas "sugerirem" que ele deixasse o cargo. Morales governava o país desde janeiro de 2006.
"Houve um golpe cívico, político e policial. Meu pecado é ser indígena, líder sindical e plantador de coca", disse o agora ex-presidente boliviano, ao comunicar sua decisão em um pronunciamento na televisão ao lado do seu então vice-presidente, Álvaro García Linera.
Morales justificou sua renúncia para evitar a continuação da violência no país após três semanas de confrontos entre seus apoiadores e críticos. "A vida não acaba aqui, a luta continua", afirmou no final de seu discurso.
García Linera disse que também estava deixando o seu cargo. "O golpe foi consumado", afirmou Linera. A terceira na ordem de sucessão era a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, que também anunciou sua renúncia. O quarto, Victor Borda, presidente da Câmara dos Deputados, também renunciou.
O artigo 169 da Constituição boliviana diz que, "em caso de impedimento ou ausência permanente do presidente do Estado, será substituído no cargo pelo vice-presidente e, na ausência deste, pelo presidente do Senado, e na ausência deste, pelo presidente da Câmara dos Deputados. Neste último caso, novas eleições serão convocadas no prazo máximo de noventa dias".
Fonte: Terra
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