O Ministério Público Eleitoral (MPE) de Minas Gerais denunciou nesta sexta-feira o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, acusado de envolvimento no esquema de candidaturas laranjas do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, em Minas Gerais.
A denúncia foi apresentada após a Polícia Federal (PF) ter indiciado o ministro pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indevida de recurso eleitoral e por associação criminosa.A PF concluiu que o ministro comandou um esquema de arrecadação ilegal de fundos para a campanha eleitoral de 2018. Candidaturas femininas teriam sido usadas de fachada nas últimas eleições para o desvio de verbas eleitorais. O inquérito descreve Álvaro Antônio como o "dono do PSL mineiro".
Além do ministro, outras dez pessoas haviam sido indiciadas pela PF no mesmo inquérito em junho, entre elas assessores do ministro, ex-candidatas suspeitas de participarem do esquema e donos de empresas que prestaram serviços eleitorais ao partido.
Em junho, Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro, e Roberto Soares e Haissander de Paula, dois ex-assessores que coordenaram a campanha do político em Minas, chegaram a ser presos pela Polícia Federal no âmbito da investigação, mas foram liberados dias depois.
O indiciamento foi apresentado nesta sexta-feira ao MPE, que decidiu apresentar uma denúncia à Justiça. Os outros dez acusados pela PF também foram denunciados.
A defesa de Álvaro Antônio disse que ainda não foi oficialmente notificada da decisão, mas negou que o ministro tenha cometido irregularidades durante a campanha, alegando que ele está sendo vítima de perseguição política. "Vale lembrar que esta é apenas mais uma etapa de investigação, e o ministro segue confiante de que ficará comprovada sua inocência", ressalta a nota.
Após o indiciamento e antes da denúncia do MPE, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro manteria Álvaro Antônio no cargo. "O presidente aguardará o desenrolar do processo. O ministro permanece no cargo", disse o funcionário após uma reunião entre Bolsonaro e o ministro.
Apesar de o caso ser investigado há meses, Bolsonaro manteve Álvaro Antônio à frente da pasta do Turismo. Em ocasiões anteriores, contudo, disse que tomaria uma decisão sobre a permanência do ministro no governo se a polícia concluísse que ele esteve envolvido no esquema de corrupção.
Fonte: Terra
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