Embora os números já sejam alarmantes,
especialistas acreditam que existem diversos casos de subnotificação ou que
sequer foram notificados, pelo medo ou incapacidade dessas pessoas de
denunciarem. “O idoso que precisa de um cuidador, geralmente não tem total autonomia
e a sensação de possível abandono pode fazer com que não falem sobre as
agressões que sofrem, mas, na maioria dos casos, alguns sinais podem ser
observados, e é através deles que a pessoa que sofre agressão está informando
que precisa de ajuda”, destaca a psicóloga e professora da Rede UniFTC, Isadora
Fernandes.
Outro ponto destacado pela especialista para a
ausência de denúncia pode estar relacionado à falta de compreensão de que
determinado trato é inadequado, seja porque a pessoa acredita que é merecedora
desse tipo de agressão ou pelo medo de represália. “Quem está sendo abusado,
seja verbal, física, psicológica, financeiramente, tende a acreditar que seu
silêncio é a maneira certa de conter o agressor ou de evitar que ele propague
sua raiva em outras pessoas que a vítima ama”, diz a psicóloga.
Isadora alerta para alguns comportamentos que
podem indicar que a pessoa em estado de vulnerabilidade esteja sofrendo
agressões, sejam elas agressões físicas, psicológicas, sexuais ou de
negligência. “Há uma mudança de comportamento, sintomas como tiques,
retraimento, sonolência, erupções na pele e mudanças na alimentação devem ser
observados. A pessoa agredida também pode reagir de maneira diferente quando o
agressor está presente, demonstrando conduta evitativa”.
Denunciar
Para denunciar casos
de maus tratos a idosos, crianças e adolescentes, o Governo Federal
disponibiliza o Disque 100, o site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (https://www.gov.br/mdh/pt-br/ondh) e número de Whatsapp (61) 99656-5008.
A denúncia é anônima e pode ser feita a qualquer momento.
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